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sexta-feira, outubro 10, 2008

O conceito de virtual

A palavra "virtual" é a bola da vez. Nunca se falou tanto em virtual e virtualização como nos dias atuais. Porém, o conceito ainda causa um certo desconforto nos "neurônios" de muitas pessoas. Nem mesmo entre os estudiosos da questão o conceito parece claro.
Algumas das definições mais comuns do conceito de virtual são estas: a) Algo que é apenas potencial ainda não realizado (a definição histórica)· b) Algo que não é físico, apenas conceitual. c) Algo que não é “ real”. d) A simulação de algo. Para um dos maiores estudiosos contemporâneos dessa questão, Pierre Levy: “A virtualização não é uma desrealização (a transformação de uma realidade num conjunto de possíveis), mas uma mutação de identidade, um deslocamento do centro de gravidade ontológico do objeto considerado...” (LÈVY,1996, p.18). Para esse autor: "O virtual não se opõe ao real, mas sim ao atual" (LEVY, 1996, p. 18). Dessa forma, podemos concluir que o virtual é real. É a possibilidade da "coisa" se atualizar, se tornar fato concreto. Tecnicamente, a virtualização é uma representação numérica digital de objetos, fenômenos e processos do mundo real. E, o produto da virtualização são objetos virtuais que têm existência num espaço eletrônico que é recriado pelo ser humano através de computador.
Vale lembrar que; a idéia de virtual não é tão nova e recente como muitos acreditam ser. Os princípios de sua formulação ja podem ser encontrados no pensamento de Aristóteles quando este desenvolve os conceitos de ato e potencia. Dessa forma, o virtual é real e está em potência de atualizar-se, ou seja, tornar-se em ato. Ou melhor; passar da potência ao ato.
REFERÊNCIA
LEVY, Pierre. O que é o virtual? São Paulo: Editora 34, 1996.
*Lionês Araújo dos Santos é Mestrando em Estudos de Comunicação e Cultura Contemporânea – ECCO pela UFMT e bolsista da CAPES. Blog: http://www.ciberfuturo.blogspot.com/