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domingo, agosto 23, 2009

PROFESSOR: UMA ESPÉCIE EM EXTINÇÃO

Por verônica Dutenkefer (20/06/2009)
Esse texto que escrevo precisamente agora é mais um desabafo.
Desabafo de uma profissional que está lecionando há mais de 22 anos e que não sabe se sobreviverá por mais dez anos, que é o tempo que ainda precisarei trabalhar (por mais que ame muito o que faz).
Trago comigo muitas perguntas que não querem calar. E talvez a mais inquietante é: O que será necessário acontecer para se fazer uma reforma educacional neste país????
Constantemente ouço ou leio reportagens com as autoridades educacionais proclamarem a má formação de seus professores. Culpando as universidades, a falta de cursos de formação e culpando-nos evidentemente.
Se a educação neste país não vai bem só existe um culpado: o professor.
E aí vem meus questionamentos:
Como um professor de escola pública pode fazer o seu trabalho se ele precisa ficar constantemente parando sua aula para separar a briga entre os alunos, socorrer seu aluno que foi ferido por outro aluno, planejar várias aulas para se trabalhar os bons hábitos na tentativa vã de se formar cidadãos mais conscientes e de melhor caráter?
Nos cursos de formação nos é passado constantemente a recusa de um programa tradicional e conteudista, mas nossas avaliações de desempenho das escolas, nossos vestibulares e concursos públicos ainda são tradicionais e nos cobra o conteúdo de cada disciplina.
Como pode num país.....num estado...num município haver regras tão diferentes entre a rede particular e pública?
Na rede particular as escolas continuam conteudistas, há a seriação com reprovação, a escola pode suspender ou até mesmo expulsar um aluno que não esteja respeitando as regras daquela instituição.
A rede pública vive mudando o enfoque pedagógico (de acordo com o partido que ganhou as eleições), é cobrado cada vez menos do aluno, não se pode fazer absolutamente nada com um aluno indisciplinado que até mesmo coloca em risco a segurança de outros alunos e funcionários daquela instituição.
Dia a dia...minuto a minuto... os professores são alvos de agressões verbais e até mesmo física pelos alunos. A cada dia somos submetidos a níveis de stress insuportáveis para um ser humano.
Temos que dar conta do conteúdo a ser ensinado + sermos responsáveis pela segurança física de nossos alunos + sermos médicos + enfermeiros + psicólogos + assistentes sociais + dentistas + psiquiatras + mãe + pai ......
E quando ameaçados de morte e recorremos a uma delegacia pra fazer um boletim de ocorrência ouvimos: “Isto não vai adiantar nada!”
Meus bons alunos presenciam o mal aluno fazendo tudo o que não pode ser feito e não acontecendo nada com ele. É o exemplo da impunidade desde a infância.
Meus bons alunos presenciam que o aluno que não fez absolutamente nada durante o ano, passou de ano como ele, que se esforçou e foi responsável.
Houve um ano que eu tinha um aluno que era muito bom. E ele começou a faltar muito e ir mal na escola. Os colegas diziam que ele ficava empinando pipa ao invés de ir pra escola. Um dia, tive uma conversa com ele, e perguntei o que estava acontecendo? E ele me disse: “Prá que eu vou vir prá escola se eu vou passar de ano mesmo assim?”
Então eu procurei aconselhar (como faço com meus alunos até hoje) que ele devia freqüentar a escola, não para tirar notas boas nas provas ou passar de ano. Ele deveria vir a escola para aumentar seu conhecimento que é o único bem que ninguém poderá roubar.Que a escola iria ajudá-lo a aprender e trocar conhecimentos com os outros e ajudá-lo a dar uma melhor formação na vida..
Depois dessa conversa ele não faltou mais tanto...mas nunca mais voltou a ser o excelente aluno que era.
Qual a motivação de ser bom aluno hoje em dia?
Seus ídolos são jogadores de futebol que não falam o português corretamente e que não hesitam em agredir seus colegas jogadores e até mesmo os árbitros. Ensinando que não é necessário haver respeito as autoridades e aos outros.
Ou são dançarinas que mostram seu corpo rebolando na televisão e pousando nuas para ganhar dinheiro.
Para quê eu me matar de estudar se há tantas profissões que não são valorizados e nem respeitadas???
Conheci (e ainda conheço e convivo) ao longo de minha carreira na escola pública, inúmeros profissionais maravilhosos. Pessoas que amam a sua profissão, que se preocupam com seus alunos, que fazem trabalhos excepcionais. Que possuem um conhecimento e formação excelentes, mas que estão desgastados e quase arrasados diante da atual situação educacional.
Li a poucos dias num artigo que os cursos de filosofia, matemática, química, biologia e outros todos ligados a área de magistério não estão tendo procura nas universidades.
Lógico!!!!!Quem é que quer ser professor?????????
Quem é que quer entrar numa carreira que está sendo extinta, não só pela total desvalorização e respeito, mas também pela falta de segurança que estamos enfrentando nas escolas.
Fiquei indignada com uma reportagem na TV (que aliás adora fazer reportagens sensacionalistas colocando o professor sempre como vilão da história) em que relatava que numa escola um aluno ameaçava os outros com um revólver e num determinado momento o repórter perguntou:”Onde estava o professor que não viu isso??!!”
E agora eu pergunto: “O que se espera de um professor (ou de qualquer ser humano), que se faça com uma arma apontada pra você ou pra outro ser humano??? Ah...já sei...o professor deveria enfrentar as balas do revólver!!!! Claro!!! As universidades e os cursos de aperfeiçoamento de professores não estão nos ensinando isso..
Vocês tem conhecimento de como os professores de nosso país estão adoecendo????
Vocês sabem o que é enfrentar o stress que a violência moral e física tem nos submetido dia a dia?
Você sabe o que é ouvir de um pai frases assim:
“Meu filho mentiu, mas ele é apenas uma criança!”
“Eu não sei mais o que fazer com o meu filho!”
“Você está passando muita lição para meu filho, e ele é apenas uma criança!”
“Ele agrediu o coleguinha, mas não foi ele quem começou.”
“Meu filho destruiu a escola, mas não fez isso sozinho!”
Classes super lotadas, falta de material pedagógico, espaço físico destruído, violência, desperdício de merenda, desperdício de material escolar que eles recebem e, muitas vezes, não valorizam (afinal eles não precisam fazer absolutamente nada para merecê-los), brigas por causa do “Leve-leite” (o aluno não pode faltar muito, não por que isso prejudica sua aprendizagem, mas porque senão ele não leva o leite.)
Regras educacionais dissonantes de acordo com a classe social dos alunos.
Impunidade.
Mas a educação não vai bem, por causa do professor..
Encerro esse desabafo com essa pergunta que li a poucos dias:

Essa pergunta foi a vencedora em um congresso sobre vida sustentável."Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos... Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"

O BOM NESTE PAÍS É SER POLITICO. APOSENTA-SE COM 8 ANOS DE "TRABALHO(?)".

domingo, agosto 16, 2009

Sobre a Gripe Suína


A IRONIA NO SEU MELHOR ESTILO
2000 pessoas contraem a gripe suína e todo mundo já quer usar máscara. 25 milhões de pessoas têm AIDS e ninguém quer usar preservativo...
PANDEMIA DE LUCRO
Que interesses econômicos se movem por detrás da gripe porcina??? No mundo, a cada ano morrem milhões de pessoas vitimas da Malária, que se podia prevenir com um simples mosquiteiro. Os noticiários, disto nada falam! No mundo, por ano morrem 2 milhões de crianças com diarréia que se poderia evitar com um simples soro que custa 25 centavos. Os noticiários disto nada falam! Sarampo, pneumonia e enfermidades curáveis com vacinas baratas, provocam a morte de 10 milhões de pessoas a cada ano. Os noticiários disto nada falam! Mas há cerca de 10 anos, quando apareceu a famosa gripe das aves...os noticiários mundiais inundaram-se de noticias... Uma epidemia, a mais perigosa de todas...Uma Pandemia! Só se falava da terrífica enfermidade das aves. Não obstante, a gripe das aves apenas causou a morte de 250 pessoas, em 10 anos...25 mortos por ano. A gripe comum, mata por ano meio milhão de pessoas no mundo. Meio milhão contra 25. Um momento, um momento. Então, por que se armou tanto escândalo com a gripe das aves? Porque detrás desses frangos havia um "galo", um galo de crista grande. A farmacêutica transnacional Roche com o seu famoso Tamiflu vendeu milhões de doses aos países asiáticos. Ainda que o Tamiflu seja de duvidosa eficácia, o governo britânico comprou 14 milhões de doses para prevenir a sua população. Com a gripe das aves, a Roche e a Relenza, as duas maiores empresas farmacêuticas que vendem os antivirais, obtiveram milhões de dólares de lucro.
- Antes com os frangos e agora com os porcos. - Sim, agora começou a psicose da gripe porcina. E todos os noticiários do mundo só falam disso... - Já não se fala da crise econômica nem dos torturados em Guantánamo... - Só a gripe porcina, a gripe dos porcos... - E eu me pergunto-: se atrás dos frangos havia um "galo"... atrás dos porcos... não haverá um "grande porco"? A empresa norte-americana Gilead Sciences tem a patente do Tamiflu. O principal acionista desta empresa é nada menos que um personagem sinistro, Donald Rumsfeld, secretário da defesa de George Bush, artífice da guerra contra Iraque... Os acionistas das farmacêuticas Roche e Relenza estão esfregando as mãos, estão felizes pelas suas vendas novamente milionárias com o duvidoso Tamiflu. A verdadeira pandemia é de lucro, os enormes lucros destes mercenários da saúde. Não nego as necessárias medidas de precaução que estão a ser tomadas pelos países. Mas se a gripe porcina é uma pandemia tão terrível como anunciam os meios de comunicação. Se a Organização Mundial de Saúde (conduzida pela chinesa Margaret Chan) se preocupa tanto com esta enfermidade, por que não a declara como um problema de saúde pública mundial e autoriza o fabrico de medicamentos genéricos para combatê-la? Prescindir das patentes da Roche e Relenza e distribuir medicamentos genéricos gratuitos a todos os países, especialmente os pobres. Essa seria a melhor solução. PASSEM ESTA MENSAGEM POR TODOS OS LADOS, COMO SE TRATASSE DE UMA VACINA, PARA QUE TODOS CONHEÇAM A REALIDADE DESTA "PANDEMIA". Pois os meios de comunicação naturalmente divulgam o que interessa aos patrocinadores, não aos ouvintes e leitores.
Dr. Carlos Alberto Morales Paitán, Peru

domingo, março 29, 2009

Os Princípios do Contrato Natural de Michel Serres


Este livro trata da relação do homem com a natureza a partir da obra O Contrato Natural do filósofo francês Michel Serres. Tem a pretensão de apresentar o modelo de contrato natural proposto pelo filósofo. Mas, apesar de o livro O Contrato Natural consistir no eixo central desta publicação e por apresentar uma teoria elaborada com maior profundidade no que tange à questão homem/natureza, não é a única obra utilizada. Outras obras do autor, bem como outros autores, foram consultados. A partir do pensamento de Michel Serres no Contrato Natural, é traçada uma abordagem sobre o modelo de civilização que se construiu historicamente no Ocidente, pautado pelos ideais de uma racionalidade dominadora que acabou por ameaçar a sua própria sobrevivência no Planeta. A natureza, antes dominada, começa a reagir às intervenções da razão humana. O livro conclui por apresentar uma outra direção que não mais a dominação da natureza. Aponta para a importância da proposta de Michel Serres de um ser humano educado para a celebração de um contrato natural que restabeleça o elo e a paz entre os homens e o mundo através da reciprocidade.

quinta-feira, março 26, 2009

Ter ou não ter e-mail, eis a questão

Recebi esse texto do meu irmão por e-mail e posto aqui.
"Um homem que estava desempregado, entra num concurso da Microsoft para ser faxineiro. O Gerente de RH o entrevista, faz um teste (varrer o chao) e lhe diz: 'O servico e seu'; me de seu e-mail e eu lhe enviarei a ficha para preencher, e a data e hora em que devera se apresentar para o servico. O homem, desesperado, responde que nao tem computador, e muito menos, e-mail. O Gerente de RH, disse que lamenta, mais se nao tiver e-mail, quer dizer que virtualmente nao existe, e, como nao existe, nao pode ter o trabalho. O homem sai, desesperado, sem saber o que fazer; somente tem US$ 10 no bolso. Entao decide ir ao supermercado e comprar uma caixa de 10 quilos de tomates. Bate de porta em porta vendendo os tomates a quilo, e, em menos de duas horas, tinha conseguido duplicar o capital. Repete a operacao mais tres vezes e volta a casa com US$ 60. Entao, ele verifica que pode sobreviver dessa maneira, sai de casa cada dia mais cedo e volta a casa mais tarde, e assim triplica ou quadruplica o dinheiro a cada dia. Pouco tempo depois, compra uma Kombi, depois troca por um caminhao e pouco tempo depois chega a ter uma pequena frota de veiculos para distribuicao. Passados 5 anos, o homem e dono de uma das maiores distribuidoras de alimentos dos Estados Unidos. Pensando no futuro da sua familia, decide tirar um seguro de vida. Chama um corretor, acerta um plano e quando a conversa acaba, o corretor lhe pede o e-mail para enviar a proposta. O homem disse que nao tem e-mail. Curioso, o corretor lhe disse: Voce nao tem e-mail e chegou a construir este imperio, imagine o que voce seria se tivesse e-mail!!. O homem pensa e responde: - Seria faxineiro da Microsoft!! * Moral da historia 1: A Internet nao soluciona sua vida * Moral da Historia 2: Se voce quer ser faxineiro da Microsoft, procure ter um e-mail. * Moral da historia 3: Se voce nao tem e-mail e trabalha muito, pode vir a ser milionario. * Moral da historia 4: Se voce recebeu isto por e-mail, voce esta mais perto de ser faxineiro do que de ser milionario".
*Autor Desconhecido.

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Dica de Livro

Autor: Lionês Araújo dos Santos - ISBN: 9788578930844 - Páginas: 76 - Preço: R$ 26,84 - Preço Livro Virtual: R$ 8,05 -
Mais detalhes: http://24.233.183.33/cont/login/Index_Piloto.jsp?ID=bv24x7br
Este livro é uma extensão da pesquisa do meu trabalho monográfico de Graduação em Filosofia pela Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT. Sob uma ótica da Filosofia, o livro apresenta a idéia de um Contrato Natural proposta pelo filósofo francês, Michel Serres, além de discorrer pelas idéias e reflexões de vários pensadores da sociedade e da cultura.

BOA LEITURA!

terça-feira, fevereiro 03, 2009

Aquisições

Por: Daiane Moraes

Aquisições

Geralmente vejo pessoas reclamando sobre a dificuldade na aquisição de bens materiais. Ora! Esta é fácil...dificil é a aquisição de bens IMATERIAIS.Pensem comigo: Dinheiro é fácil de conseguir. Trabalhe muito, ou estude muito, ou passe num concurso público, ou venda drogas, ou faça programa...são incontáveis os meios de se conseguir dinheiro.Inteligência é fácil de conseguir. Estude muito, freqüente rodas intelectuais, habitue-se a ficar sem dormir à noite pra estudar, faça federais, não se envolva com drogas...Casas e carros são fáceis de conseguir: Trabalhe muito, ou roube um banco, ou financie em trocentas vezes no cartão,ou mate a sogra, ou compre nos leilões do detran, ou faça “rolos” no compra e venda...Roupas e sapatos são fáceis de conseguir: Dê o calote nas prestadoras de crédito, ou trabalhe honestamente, ou seja modelo, ou tenha um cartão santander, ou compre no e-bay ou mercado livre, ou peça pro pai (ou mãe), ou entre para um grupo de patricinhas cocotinhas e idiotinhas...Até comida é fácil de conseguir: compre “fiado” em cidade pequena, ou tenha o “nosso cartão da loja, que te oferece descontos de trocentos por cento e N vantagens”, ou compre parcelado, ou dê cheques sem fundos, ou peça esmola na rua, ou compre restos no “ver o peso”, etc..Mas experimente conseguir amor! Será imensamente infeliz na busca por amor verdadeiro...Há possibilidades momentâneas de encontrar um falso, multifacetado ou se distrair com outras coisas...mas o verdadeiro?? Esse sinceramente pessoas, é inconseguível(?????)Você pode contratar uma garota(ou garoto) de programa pra te dar o que seria um “amor sexual”, mas esse é passageiro e materializado...melhor comprar um chocolate e comer sozinho.Você pode se enraizar na casa de sua mãe e não sair mais. Geralmente as mães amam, mas não querem que você seja um sem futuro. E amor de mãe não é exatamente o que estou falando.Você pode até achar que não precisa ‘DISSO’, mas o dia que vc sair pra almoçar sozinho e ver casaizinhos beijando selinhos e fazendo carinhos e coisinhas de casaizinhos, você vai morrer de tédio e solidão e vai desabar de choro em seu travesseiro.Parodiando nosso querido Zé Ramalho: “Quem tem amor na vida tem sorte”E nós infelizes seres que não o temos, vivemos afogados e agonizados à sua interminante busca.
P.S.¹: Os modos que citei aqui de se conseguir as coisas nem sempre são os corretos, e eu não estou incentivando ninguém a fazê-los.
P.S.²:Não façam programa nem vendam drogas..

Fonte: Sense Vita. Disponível em: <http://sensevitta.blogspot.com/>. Acesso em: 2 de fev. 2009.

terça-feira, janeiro 20, 2009


Martin Luther King

A América está em FESTA! A posse de Barack Obama atraiu a atenção do mundo inteiro. Afinal, trata-se de um fato histórico não somente para os EUA, mas para o mundo. Hoje, o mundo inteiro volta os ouvidos com muita atenção para as palavras de Obama. Todos ouvem Barack Obama. Todos comentam sobre Obama. Eu decidi, hoje, não falar sobre Obama. Apenas ouvi o seu discurso de posse. Mas não publico aqui, hoje, o seu discurso. Decidi voltar um pouquinho mais nessa história. Publico aqui o discurso de alguém que o antecedeu na luta por uma América mais justa e por um mundo melhor! Com a palavra, um dos principais pioneiros na luta pelos direitos civis na América, Martim Luther King:

EU TENHO UM SONHO...

(I HAVE A DREAM...)


"Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação.Cem anos atrás, um grande americano, na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que tinham murchados nas chamas da injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros.Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre.Cem anos depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação e as cadeias de discriminação.Cem anos depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra. Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição.De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa que todos os homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com "fundos insuficientes".Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça.Nós também viemos para recordar à América dessa cruel urgência. Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranqüilizante do gradualismo.Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia.Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial.Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus.Seria fatal para a nação negligenciar a urgência desse momento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um renovador outono de liberdade e igualdade. Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo. Esses que esperam que o Negro agora estará contente, terão um violento despertar se a nação votar aos negócios de sempre. Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, para muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino. Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar só.E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis, "Quando vocês estarão satisfeitos?"Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza.Eu não esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos. Alguns de você vieram recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhe deixaram marcas pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Você são o veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira esta situação pode e será mudada. Não se deixe caiar no vale de desespero.Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado."Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire.Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.Em todas as montanhas, ouviu o sino da liberdade.E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro:"Livre afinal, livre afinal. Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."


Discurso de Martin Luther King (28/08/1963)
Lionês Araújo dos Santos é Mestrando em Estudos de Comunicação e Cultura Contemporânea – ECCO pela UFMT e bolsista da CAPES. Blog: http://www.ciberfuturo.blogspot.com/

sábado, janeiro 17, 2009

Por qué la Comunicación es tan Difícil?


Por Flávio Gikovate


Somos extremadamente centrados en nosotros mismos. Vivimos como si los otros supiesen exactamente lo que pasa dentro de nosotros. Estamos muy poco atentos a las enormes dificultades que tenemos para comunicarnos con alguna eficiencia. En los últimos tiempos, esos obstáculos han venido llamando la atención de mucha gente. Puede incluso ser que las indiscutibles diferencias entre los sexos determinen problemas todavía mayores para la comunicación entre hombres y mujeres que los encontrados entre las personas en general. Pero la cuestión es más compleja.
A veces es bueno pararse a pensar en las ironías de nuestra condición. Nos gusta ser únicos, especiales e inconfundibles. Hacemos una evaluación positiva de las diferencias en nuestra apariencia, pero nos parece que somos esencialmente parecidos desde el punto de vista intelectual y emocional.
Ver de una forma positiva las propiedades que nos definen y nos hacen especiales, nos agrada porque esto satisface nuestra vanidad. Por otro lado, cuando se trata de nuestro mundo interior, nos gusta imaginarnos parecidos los unos a los otros. Al reconocernos como únicos, tendríamos que depararnos con el hecho de que somos una isla solitaria, aunque rodeados por millones de otras islas.
Nos encanta sentirnos especiales, pero detestamos sentirnos solos. La solución que encontramos para esa contradicción es la de definirnos como seres de la misma "masa", poseedores de unas cuantas particularidades, mediante las cuales podemos destacarnos y dar escape a nuestro orgullo. Podemos incluso decir que el comprender que existen diferencias radicales no sólo nos daría clara percepción de nuestra soledad sino que además nos impediría cualquier tipo de comparación, lo cual sería pésimo para la vanidad - pues no pueden ser comparadas dos cualidades diferentes.
Partiremos desde el punto de vista de que el otro es parecido a nosotros, siente las cosas de la misma forma y, en esencia, piensa como nosotros. Por cierto, nos irritamos frente a alguna diferencia de opinión. Ni siquiera llegamos a considerar la hipótesis de que la misma palabra pueda tener un significado diferente en el cerebro de otra persona. No damos nuestro brazo a torcer ni siquiera con los ejemplos más banales: "tradicional" puede ser una ofensa para un vanguardista y un elogio para un conservador, y "engordar" tiene significados distintos para un delgado que para un gordo.
Proyectamos en los demás nuestra manera de ser y de pensar. Después, nos comunicamos con ellos como si fuesen a entenderlo todo exactamente tal y como lo estamos diciendo. El resultado no podría dejar de ser ese amontonado de malentendidos y de agresiones involuntarias - o no - determinadas por una palabra oída de forma diferente a como se ha dicho. Si queremos empezar a comunicarnos de verdad, tendremos que partir del principio de que el otro es autónomo y no una extensión de nosotros mismos. Así, tal vez podamos encontrar una forma de construir un puente entre dos islas.





Lionês Araújo dos Santos é Mestrando em Estudos de Comunicação e Cultura Contemporânea – ECCO pela UFMT e bolsista da CAPES. Blog: http://www.ciberfuturo.blogspot.com/

segunda-feira, janeiro 12, 2009

As Novas Trocas Simbólicas

Por Luiz Carlos Cabrera*





A relação de emprego foi durante mais de um século regida por um contrato psicológico muito claro, assim enunciado pelos empregadores: “Venha trabalhar nesta empresa, seja obediente, cumpra as normas e você sairá daqui morto ou aposentado”. Na verdade era uma troca simples, de obediência e lealdade pela segurança no emprego. A primeira crise do petróleo, entre 1974 e 1978, acabou com esse contrato nos Estados Unidos e na Europa. Bastou as grandes petroleiras e as montadoras fazerem as primeiras demissões em massa que a segurança no emprego desapareceu. No Brasil, essa transição ocorreu dez anos depois, na crise de liquidez de 1988, quando as montadoras e os bancos comerciais fizeram as grandes demissões. A partir de então, começou a ser construído um novo contrato psicológico entre o capital e o trabalho. É o contrato de trocas simbólicas. Chamam-se simbólicas porque elas têm para cada empresa e para cada profissional um simbolismo e, portanto, um peso diferente. Do lado da empresa, ela se propõe a trocar visão, missão e valores por comprometimento e desafios constantes, alta performance por remuneração variável, clima organizacional aberto por fidelidade.
Defina o que você valoriza e negocie com sua empresa a contrapartidaPara você o mais importante é definir o que trocar num determinado momento de vida. Pode ser que a troca de maior simbolismo seja a do seu esforço por remuneração, pois é um momento em que o profissional está construindo sua vida e comprando ativos. O importante é saber o que quer trocar com a empresa e avaliar se a companhia pode oferecer a troca desejada. O melhor emprego é aquele que privilegia as trocas simbólicas mais importantes para cada um. Claro, as empresas procuram definir o que a maioria de seus colaboradores espera trocar e, por meio de políticas modernas, oferece espaço para a troca dos simbolismos dominantes. O meu conselho é que você defina claramente o que valoriza, defina o período e depois faça um grande esforço para descobrir se você pode negociar com sua empresa a troca ou as trocas desejadas. Isto se chama projeto de carreira.



*Luiz Carlos Cabrera é professor da Eaesp-FGV, diretor da PMC Consultores e membro da Amrop Hever Group




FONTE: Revista VOCÊ S/A - ed. 127. Jan. 2009.






Lionês Araújo dos Santos é Mestrando em Estudos de Comunicação e Cultura Contemporânea – ECCO pela UFMT e bolsista da CAPES. Blog: http://www.ciberfuturo.blogspot.com/

sábado, janeiro 03, 2009

Como fazer alguém feliz 365 dias por ano

Início de ano novo é esperança de vida nova. É época de conhecer novas pessoas, fazer novas amizades e novas conquistas. Abaixo seguem algumas dicas que podem nos ajudar a dar um ar mais empâtico aos nossos relacionamentos. FELIZ 2009!!!



De um beijo.


Um Abraço.


Um passo em sua direção!


Aproxime-se sem cerimônia.


De um pouco de calor, do seu sentimento.


Assente-se bem perto e deixe-se ficar.


Algum tempo ou muito tempo.


Não conte o tempo de se dar.


Aprenda a burlar a superficialidade.


Sonhe o sonho, sem duvidar.


Deixe o sorriso acontecer.


Liberte um imenso sorriso.


Rasgue o preconceito.


Olhe nos olhos.


Aponte um defeito, com jeito.


Respeite uma lágrima.


Ouça uma história ou muitas com atenção.


Escreva uma carta e mande.


Irradie simplicidade, simpatia, energia.


Não espere ser solicitado. Preste um favor.


Lembre-se de um caso.


Converse sério ou fiado. Conte uma piada. Ache graça.


Ajude a resolver um problema.


Pergunte: Por que? Como vai? Como tem passado? Que tem feito de bom?


Que há de novo? E preste atenção.


Sugira um passeio.


Um bom livro, uma boa música ou mesmo um programa de televisão.


Diga, de vez em quando, desculpe, muito obrigado.


Não tem importância, que se há de fazer, dá-se um jeito, tente de alguma maneira.


E não se espante se a pessoa mais feliz for...Você!



Fonte: Autor Desconhecido


Lionês Araújo dos Santos é Mestrando em Estudos de Comunicação e Cultura Contemporânea – ECCO pela UFMT e bolsista da CAPES. Blog: http://www.ciberfuturo.blogspot.com/

sexta-feira, janeiro 02, 2009

A América no Século XXI: uma liderança para a "Era da Democracia?"

Por Lionês Araújo dos Santos*


O século XXI deu início a grandes acontecimentos para a história universal. Curioso é que, a América parece ter sido palco dos principais fatos que vão marcar as páginas da História do novo século que se inicia. Pelo menos no plano político e cultural.
Depois de o historiador britânico Eric Hobsbawn situar a historiografia em blocos históricos denominando-os de: “Era das Revoluções”, “Era do Capital”, “Era dos Impérios” e “Era dos Extremos” - expressões que demarcam novos períodos no interior da Idade Contemporânea e indicam como um conjunto de novas instituições sociais foram se formando, sobretudo nos séculos XIX e XX – é chegada a hora de lançarmos mão de mais um “arquétipo” para falarmos dos acontecimentos marcantes do novo século, o século XXI.
Talvez, um dos maiores acontecimentos desse início de século foi os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. Nesse dia a América sofreu o seu maior golpe da história. Foi um atentado direto à vida e à soberania nacional. Junto com a América o mundo chorou a perda de vidas inocentes e permaneceu sob vigília para o que poderia acontecer no cenário político e econômico na maior potência mundial. Finalmente, as lágrimas secaram e 11 de setembro foi escrito nas páginas da história mundial como o dia em que o gigante foi golpeado fazendo o mundo inteiro tremer ao ouvir os seus gemidos.
O mundo não chegou ao século XXI dominado pelos dois grandes impérios dos Estados Unidos e da Rússia, como vaticinado pelo autor de “Democracia na América”, Alex Tocqueville. Somente a América resistiu como maior potência mundial. E, contrariamente ao que muitos pensam, acredito que muito dos acontecimentos mais recentes da América fortalecerá ainda mais o seu vigor interno e sua capacidade de liderança no plano internacional. A crise econômica atual, não deve ser motivo maior de preocupações. Pelo contrário, o otimismo das conquistas políticas mais recentes deverá prevalecer, o que contribuirá para superação da crise, para o fortalecimento de alianças e, consequentemente, o estabelecimento da paz entre as nações.
A vitória pacífica e esmagadora do presidente Barack Obama – um afro-americano descendente de família de parcos recursos econômicos – nos EUA, significa hoje, que a América está se consolidando cada vez mais como liderança nos ideais democráticos e humanitários. Apesar das atrocidades e derramamento de sangue vivido na “Era Bush” uma nova era parece se anunciar na América: a “Era Obama”.
O ano de 2009 se inicia com a conquista presidencial de Barack Obama, um líder negro que com garra e determinação venceu o preconceito e quebrou toda uma tradição de poder. Porém, devemos lembrar a importância de vários heróis que precederam à ousadia do homem que foi eleito neste século como a personalidade do ano pela conceituada revista norte-americana Time, e acaba de ser eleito como o mais poderoso do mundo pela revista Newsweek.
Há aproximadamente meio século o grande líder negro, Martin Luther King, empreendeu uma luta pelos direitos civis nos Estados Unidos. Em 1965 Luther King liderou uma das marchas que teve como uma das conseqüências a aprovação da Lei dos Direitos de Voto de 1965 que abolia o uso de exames que visavam impedir a população negra de votar. Luther King sonhou com um mundo mais humano, onde brancos e negros pudessem gozar dos mesmos direitos e conviver de forma pacífica. Em 04 de abril de 1968 King foi baleado e morto em Memphis, Tenessee, por um branco, mas seu sonho e ousadia sobreviveu em outras mentes inquietas às injustiças e ao preconceito. Vinte anos atrás, o pastor Jesse Jackson tentou pela segunda vez, sem sucesso, obter a indicação a candidatura presidencial pelo Partido Democrata. Finalmente, um líder negro chega ao poder daquele que é hoje considerado o maior país democrático e potência econômica do mundo.

É importante lembrar que não apenas os EUA, mas toda a América (norte a sul), nos últimos anos passou da era das tiranias e governos sangrentos autoritários para a era das democracias. E como lembrou o grande pensador político italiano Norberto Bobbio, na sua obra “O Futuro da Democracia” (1984), o avanço dos Estados democráticos representa um avanço significativo na consolidação da paz. Segundo Bobbio, Direitos do Homem, Democracia e Paz, são três momentos necessários do mesmo movimento histórico. Sem Direitos do Homem reconhecidos e protegidos não há Democracia e sem Democracia não existe as condições mínimas para a solução pacífica de conflitos.
Finalmente, presenciamos evidências de respeito e dignidade da pessoa humana, onde a cor da pele e o status econômico não são mais prerrogativas para garantia e exercício de direitos. A vitória presidencial de um afro-americano nos EUA, a eleição de um mestiço indígena na Bolívia e os dois mandatos de um torneiro mecânico aqui no Brasil, por certo, já são fatos marcantes no avanço e na consolidação democrática.
Talvez, ao modo de Hobsbawn, podemos dizer que no século XXI, já na sua primeira década, possa ser utilizada a expressão: “A Era da Democracia” para designar esses novos acontecimentos marcantes da contemporaneidade. Bem vindo o ano 2009! Bem vinda a “Era da Democracia” na América!


* Lionês Araújo dos Santos é Mestrando em Estudos de Comunicação e Cultura Contemporânea – ECCO pela UFMT e bolsista da CAPES. Blog: http://www.ciberfuturo.blogspot.com/