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terça-feira, setembro 23, 2008

As abordagens de Foucault sobre o poder

As abordagens de Foucault sobre as relações de poder foram inéditas no que diz respeito aos seus antecessores. Pois, como ele mesmo diz, aínda ignoramos o que é poder. "Afinal de contas, foi preciso esperar o século XIX para saber o que era exploração; mas talvez aínda não se saiba o que é poder. E Marx e Freud talvez não sejam suficientes para nos ajudar a conhecer esta coisa tão enigmática, ao mesmo tempo visível e invisível, presente e oculta, investida em toda parte que se chama poder.” Quando se refere a conceituar como inéditas as abordagens que Foucault faz sobre o poder, os pontos relevantes destas abordagens foram os de: analisar o poder fora do Estado, de forma ascendente, de baixo para cima analisando suas estratégias de forma geral. Analisar o poder como algo que se exerce em rede, onde se produz efeitos reais, nas extremidades não jurídicas e estatais, desprovido de uma construção ideológica ou do ponto de vista jurídico. Fica claro que em seu pensamento, Foucault busca evidenciar aspectos que permitam uma reflexão sobre a constituição do homem moderno que tem como característica principal a "renúncia ao pensar". Por meio de uma espécie de manipulação dos corpos, e por assim dizer, do ser humano, que; é tratado como uma máquina, “coisificado.” Tal se pode dizer da definição do “homem do humanismo moderno,” assim, “construído” nos moldes disciplinares da renúncia ao pensamento e aos instintos. A contribuição dos estudos de Foucault está também em nos ajudar a comprender o papel disciplinar que a escola moderna desempenhou na constituição do sujeito, da sociedade, do Estado moderno (organizado/disciplinado), o liberalismo e a lógica capitalista. Foucault nos dá ferramentas para compreendermos o nosso presente, aquilo que somos ou aquilo que estamos nos tornando. Esse grande pensador, nos ajuda a compreender a constituição do sujeito como um sujeito da ética, cujas identidades são cada vez mais descentradas e mutantes. A partir daquilo que Foucault pensou, podemos pensar sobre nós mesmos, sobre a nossa própria condição no decorrer da história.
Lionês Araújo dos Santos é Mestrando em Estudos de Comunicação e Cultura Contemporânea – ECCO pela UFMT e bolsista da CAPES. Blog: www.ciberfuturo.blogspot.com